Da cidade sanduíche, para o mundo conhecer...
Era uma tarde de novembro do ano 2003 quando Vinicius, voltando pra Bauru depois de uns anos morando em Recife, apareceu no ensaio dos amigos de longa data pra curtir uma sonzeira. Felipe, Lucas, Luiz Fernando e Rodolpho já vinham se encontrando toda semana pra fazer um som e tirar umas músicas dos seus artistas favoritos. Até onde a técnica alcançava saía uns Reggaes, Blues e Rock N’Roll, mas até então o projeto de banda era apenas instrumental. Ninguém se arriscava nos vocais. Pediram pro Vini cantar algumas músicas com a banda e a sinergia rolou de cara. Duas semanas depois, a mãe do Felipe faria uma viagem e teriam a casa só para eles. Assim nasceria a Legalê, fazendo uma festa para cerca de 100 amigos.
O primeiro show foi um sucesso e nas semanas seguintes a banda já seria convidada para tocar em mais três festas. O repertório no início consistia em releituras de artistas nacionais e internacionais que variavam entre reggae, ska, rock, mangue beat e hip hop, como Bob Marley, Sublime, Planet Hemp, Paralamas do Sucesso, Chico Science e Nação Zumbi, e Sabotage. As versões bem originais de músicas consagradas sempre marcaram o show da banda, como as
diversas releituras de Roberto Carlos ou a versão de "Jorge Maravilha" de Chico Buarque que vira e mexe algum fã revela que pensava que era uma música da Legalê.
Logo a banda começou a se aventurar na composição e a incorporar músicas próprias em seu repertório. Em 2004, a banda (com seus integrantes ainda no ensino médio) participou de um festival universitário de música autoral e conquistou o primeiro lugar, o que fez com que os garotos recebessem logo cedo atenção da mídia, de organizadores de eventos e outros artistas da região.
Ainda "menores de idade", a Legalê já se apresentava toda semana em diversos bares do circuito bauruense, sempre com uma base de fãs fiel que não perdia um show.
Em 2006, a banda se mudou para a capital paulista, onde se apresentava com frequência em renomadas casas da cena independente paulistana, como Estúdio Emme, Clube Berlim, Sarajevo, Inferno Club, Zé Presidente, Espaço Urucum, Centro Cultural Rio Verde, entre outras.
Por volta de 2008, o guitarrista Luis Fernando decidiu se mudar para o exterior, deixando um espaço vago na formação da Legalê. Foi então que Lucas Virmond foi convidado a assumir a
segunda guitarra, trazendo um novo balanço com suas pegadas rítmicas características para a banda. Com a entrada de Lucas, a Legalê consolidou sua formação que marcaria todas as gravações da banda, tendo uma sonoridade mais madura e completa. A partir daí, a Legalê continuou a crescer e se destacar cada vez mais na cena independente brasileira, conquistando um público fiel e apaixonado.
Após alguns anos tocando em diversos palcos pelo estado de São Paulo, em 2011 a banda lança seu primeiro trabalho, um EP homônimo com quatro faixas. O destaque do EP foi a música "Inês", que fez grande sucesso nas rádios de Bauru e se tornou uma das mais pedidas na região. Esse sucesso radiofônico abriu portas para a Legalê, que passou a se apresentar em casas maiores na cidade e a abrir shows de artistas consagrados como Charlie Brown Jr.
Em 2013, a banda lançou o single "Varrido da festa", reforçando suas influências do ska e do punk. Com seus shows explosivos e cheios de energia, a Legalê conquistou o público e foi convidada para se apresentar no Festival Universo Paralelo na Bahia, ao lado de grandes nomes da cena independente da música brasileira.
Voltando da turnê na Bahia, a banda se retirou para um estúdio na zona rural de Piratininga, ao lado de Bauru, para compor as faixas que fariam parte de seu primeiro álbum completo.
Lançado em 2015, o álbum "Esquina do Mundo" marcou uma nova fase para a Legalê. Gravado no Estúdio El Rocha em São Paulo, o álbum apresentou um som com pegada e personalidade, transcendendo suas origens reggaeiras e abrindo espaço para boas canções com sonoridades que remetem ao rock, ska, surf music e à psicodelia. Com o lançamento do álbum, a banda fez uma extensa tour pelo país, mostrando sua grande sinergia no palco.
Nos anos seguintes, a Legalê continuou se apresentando pelo país e participando de festivais como o Psicodália e Pandega.
Com a chegada da pandemia, a banda concentrou-se na composição, produção e gravação de novas músicas. O resultado é uma sequência de singles e um EP que serão lançados ao longo de 2023.
O primeiro deles, “Menino bão”, traz de forma cômica e muito original referências e inspirações da banda não só no arranjo, mas também em sua própria letra, como o balanço de Jorge Ben e o humor de Roberto Bolaños, além de falar sobre as vivências nas viagens pelo Brasil e no sítio onde costumam compor e produzir suas músicas.
A gravação da música foi feita no estúdio "From the Sítio", com teclados de Fernando TRZ, mixagem de Gustavo Lenza e masterização de Felipe Tichauer. O resultado é uma sonoridade potente, repleta de referências setentistas e influências de artistas como Gilberto Gil, João Donato, Antonio Carlos e Jocafi, Os Mutantes e Santana.
Com uma trajetória de quase 20 anos 100% independente, a Legalê é sinônimo de resiliência ao continuar fazendo música por puro amor. Com um som vibrante e criativo, a banda promete continuar explorando, nas novas músicas, a mistura de ritmos e influências que sempre estiveram presente nos shows.